domingo, 5 de dezembro de 2010

Estas a chegar a hora do bom combate...

É Chegada a Hora

Minha poesia não tem início,
Pois se tivesse, teria um fim.
Minha poesia é o meu ofício,
Pois por causa dela sou assim

Minha poesia é o meu artifício,
Para dizer a ela, sem folhetim:
Minha poesia é o meu vício;
Pois como ela, é para mim

Minha poesia é meu frontispício,
Presente nas folhas de um boletim.
Minha poesia é o meu hospício,
Perdidas nas loucuras de um jardim.

Minha poesia é o meu reinício,
Parada ao lado de um arlequim.
Minha poesia é um mau exercício,
Portando as asas de um zepelim.

Minha poesia é de um estrupício,
Pronto a gritar sem nada de ruim.
Minha poesia é alta como um edifício,
Protegida pelo mais belo jasmim.

E é em um momento não muito propício,
Pode ser hoje, amanhã, ou no solstício,
Que minha poesia sem muito desperdício,
Declamada aqui ou em um grande comício,
Vai dizer a ti, que do amor ainda há resquício,
Passado por dor, torturas e um suplício,
Aqui, ali, no mar, ou no alto de um precipício,
Que é capaz de largar a própria poesia, se para ter seu amor for esse o sacrifício...


Vinicius Toleano Lopes

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